quinta-feira, 25 de novembro de 2010

O BEIJO DO VENTO





O amante que ora esfria
Meu corpo...
Vem ao meu leito
Beijar...
Tirar o torpor da minha
Alma...
Encontro clandestino
De quem não
Pode se tocar...
Só me aquece quando
Não posso mas
Conter a entrega!
Leva meu corpo...
Beija-me no ar!
Só assim não terei mas
Um corpo pesado.
De pensar.
De memórias.
De derrotas.
Apenas o beijo ardente,
Como fora a vida,
Na boca que cala,
Dos olhos que não
preciso abrir
Mais...
Agora não mais...
Só preciso do vento
Para me beijar...
Um beijo do ciumento
Zéfiro?
Nem percebo...
Só continuo sentir frio!
E um beijo...

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

PESCADOR ENGANADOR





Pescador estranho...
Conseguiu me enganar
Por toda a vida!
Até o último instante...
Marcava data para morrer
E eu que era só vida
Adoecia...
Pescador ria e voltava
do mar cheio de peixes...
Até que uma noite,
Abriu os braços,
E eu pedi alguns instantes...
Ele nunca voltou do mar.
Eu acuada, aos prantos,
Escorregava nas frias paredes
Do imenso corredor...
De lisas paredes brancas
Barco ancorado...
Sem peixes...
Sem vida!
Pescador enganador
A data não estava marcada
Ainda...